Além do risco de desabastecimento de água e racionamento, a crise hídrica afeta também os – já elevados – custos de energia elétrica. Não é de hoje que o Brasil lidera posições nos índices das tarifas de eletricidade mais altas do mundo.
Com o pior período de estiagem em 91 anos, essa situação se agravou em níveis preocupantes. Com isso, é esperado que até o final de 2021 tenhamos a “conta de luz” mais cara do mundo. Quer saber como a falta de chuvas afeta o valor que você paga na sua conta de energia? Continue a leitura e confira!
Os meses de inverno – especialmente julho e agosto – tendem a ser meses mais secos, ou seja, com baixa precipitação de chuvas. No entanto, o ano de 2021 trouxe uma realidade preocupante: o pior período seco em quase um século.
Em algumas regiões do país, recordes não pararam de ser atingidos. Em São Paulo, por exemplo, o clima e umidade do ar se igualaram ao mesmo encontrado nos desertos por diversas semanas.
Diversos fatores ambientais contribuíram com isso. A chegada do fenômeno El Ninõ – que tende a causar períodos de seca no centro-sul e também as constantes queimadas no centro-oeste e desmatamento das matas– foi uma das principais responsáveis pelas instabilidades climáticas.
A matriz energética no Brasil é composta de 65,2% por geração Hidráulica. Essas usinas são instaladas no leito de grandes rios e dependem da força das águas para movimentar as turbinas e gerar a eletricidade, que é tratada e distribuída.
Matriz Elétrica Brasileira 2020 (BEN, 2021)
Com o baixo nível de chuva e longos períodos de seca, os níveis desses rios começam a baixar perigosamente. Com a incapacidade de gerar a energia suficiente para suprir as demandas de consumo pelas hidrelétricas, outros meios são acionados.
Quando as hidrelétricas são incapazes de gerar a demanda energética e estão com reservatório abaixo da média, o plano B da geração de energia entra em ação: o acionamento ou despacho das termoelétricas.
Para não desabastecer o consumo interno de energia e nem dos países que compram a nossa geração, elas são utilizadas para suprir o mercado. No entanto, o custo para produção dessa energia é muito mais elevado e extremamente poluente.
Esse tipo de usina utiliza a queima de combustíveis fósseis, gás e carvão para gerar energia. Esse processo é caro e moroso, além de também elevar o consumo de água para que consiga entregar a energia.
Com a operação da termoelétrica elevada, esse custo é repassado ao consumidor final, que paga mais caro na sua conta de energia. E isso ocorre não apenas pela utilização desse meio por si, mas também pela ativação das bandeiras tarifárias.
Elas foram criadas em 2015, depois de mais um período longo de estiagem que foi ainda mais grave no estado de São Paulo. Para equalizar os custos da geração e distribuição da energia nesses momentos e conscientizar o consumidor, foi criado o sistema de bandeiras:
Como você pode perceber, a conta de energia tende a ficar cada vez mais cara enquanto o período de estiagem durar. Além disso, ainda existem as multas que as concessionárias podem aplicar para grandes consumidores que não cumprirem a meta energética proposta.
O encarecimento da conta de luz já preocupa, mas todas as outras esferas também são afetadas pela crise hídrica. A economia, que já vem sofrendo duros impactos com a pandemia de COVID-19, é a que mais sente.
Afinal, a produção de alimentos e produtos em geral fica encarecida pelo aumento da energia e pela falta de água para suprir os meios de produção, especialmente na agricultura.
Os riscos de desabastecimento de eletricidade e água levam a racionamentos prolongados, que afetam empresas e pessoas no seu dia a dia. A partir disso, o efeito é cascata: sobem os preços, a inflação dispara, o poder de compra cai e a economia entra em crise.
Infelizmente não podemos controlar o tempo e ainda não existem tecnologias que consigam modificar o clima. Entretanto, alguns hábitos da rotina podem ser adotados para evitar maiores impactos.
Para reduzir a sua “conta de luz” e não desperdiçar água, siga algumas mudanças, como:
Essas e diversas outras pequenas atitudes podem ajudar a contornar o problema até que finalmente as chuvas voltem e o pior passe.
Você é empresário e quer saber como reaver custos com energia elétrica da sua empresa? Sim, isso é possível e muitas empresas estão recuperando parte de seus custos durante esses períodos de crise. Para saber mais, entre em contato conosco e conheça a solução da Energy Review!